segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A saga de um guerreiro

O calor de Palmas está muito mais forte hoje. Deu-me receio de ir ate minha casa, afinal pegar esse sol até o ponto de ônibus e depois voltar com ele na cabeça até o trabalho é difícil. Prefiro ficar aqui e me alimentar de notícias.

E assim a vida do jornalista, ele passa o dia inteiro lendo as noticias, atualizando-se dos fatos que marcam a sociedade. Emocionei-me ao ler um texto do meu ex-carrasco editor, Luiz Armando Costa, em seu blog. Ele narra um pouco de sua viagem, de Palmas ao Bomfim. Posso até estar enganada, mas ele cumpre o trajeto a pé, em agradecimento a recuperação de sua filha mais nova.

Depois que virei mãe ando me colocando no lugar dos pais que sofrem. Existem coisas que só os pais são capazes de fazer, e coisas que só se faz por filhos; Luiz está na estrada. Pensando em sua bebe, dia e noite agradecendo á Deus em cada passo que dá.

E aí, em mim aflora um sentimento tão medíocre que não chego á compreender. E me pergunto, o porquê de certas preocupações aflorarem em nossas almas apenas quando pensamos em nossos filhos. E os outros cidadãos do mundo?

Temos que lutar pela melhoria da saúde publica, não por causa de nossos filhos, mas também por causa dos filhos alheios. Nosso pensamento deve ser o mesmo em relação á educação , meio ambiente e segurança.

Me desculpem pelo texto confuso de hoje... é porque minha mente está essa confusão... Boa sorte Luiz.

domingo, 4 de julho de 2010

Vida real virou telenovela?

Depois que sai pagamento do servidor público, os pontos de encontro a população palmense são os grandes supermercados da cidade.

Manhã de domingo, estou eu na fila do Extra quando um indivíduo de inteligência duvidosa estava atrás de mim faz um comentário no mínimo ridículo. Sem querer eu ouvi sua conversa de “flamenguista doente”, saindo em defesa do Bruno, goleiro do time, no caso do suposto desaparecimento de sua ex-amante.

O jovem, que aparentava estar no final de sua terceira década de vida, tentava convencer sua acompanhante de que se Bruno realmente matou Elisa, foi porque ela merecia morrer. Ops... Foi isso mesmo. Olha a pergunta que ele fez pra ela: “- Nas novelas você não torce para que os vilões se dêem mal?, pois é, essa garota é uma vagabunda que engravidou de propósito”.

Naquele momento me veio a reflexão, me perguntei se estava escutando aquilo mesmo. Meu Deus, que loucura. Digamos que a moça realmente tenha engravidado de propósito, em busca do sonho da grana fácil, por isso ela merece morrer?

Com tantos acontecimentos, e com essa observação desse otário no Extra, percebi que a mulher não vale nada mesmo.Qualquer coisa é motivo para tirar a vida de uma. Matar. Elas que foram assassinadas aos montes quando consideradas bruxas e feiticeiras. Assassinadas aos montes quando consideradas adulteras. Assassinadas aos montes por qualquer motivo.

As mulheres têm que se levantar para lutar, queimar novamente os sutiãs e mostrar que elas podem ser mais que qualquer coisa, qualquer vilão de novela que mereça morrer esquecendo que na vida real existe justiça.

Desculpem meninas, se por ventura minimizei a existência feminina nesse texto, mas é porque passei a domingo inteiro me sentindo medíocre.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Uma surpresa atrás da outra

Como tenho me surpreendido. Em uma recente viagem feita às terras goianas reencontrei um amigo, que até pouco tempo se considerava tocantinense, mas pelo que percebi ele mudou de idéia. Me perguntou: “E aí, no Tocantins continua acontecendo aquelas aberrações típicas de lá?”. Logicamente que apelei, questionei no ato se ele pensava que as coisas inimagináveis só aconteciam aqui no Tocantins?
Assistindo o noticiário esta semana me surpreendi, de novo, com dois fatos interessantes. Primeiro a prefeitura de Palmas anuncia que a Guarda Metropolitana vai auxiliar na fiscalização de trânsito com a intenção de baixar os índices de acidentes da cidade. Posteriormente, mais uma vez me surpreendo com a notícia de um atropelamento múltiplo, oito pessoas, na avenida Palmas Brasil, em que o condutor é um Guarda Metropolitano.
É, parece que a competência de fiscalização de trânsito da Guarda foi jogada ao chão, por causa da atitude única de um de seus integrantes. Como que pode, uma pessoa arrastar outra por 20 metros, atropelar no percurso mais sete e estar apto a fiscalizar o trânsito? Realmente, é dessas aberrações que o “ex-tocantinense” se referia.
O pior é a alegação de que atropelou outras sete pessoas porque o seu veículo estava sendo alvejado por pedras e latas. Logicamente, afinal será que ele não percebeu que estava arrastando uma pessoa? Será que ele queria que as outras pessoas presentes no local ficassem olhando a moça ser arrastada e morta sem nada fazer? Será que ele queria que acontecesse á outra família o mesmo que aconteceu com o garoto João Hélio, arrastado vivo, durante um assalto?
Agora, o que fazer? Um processo por lesão corporal é o suficiente? Claro que não, suficiente é preparar-se para receber o público durante as comemorações. Fechar a avenida, antes do início da festa, evitando a entrada de veículos, isso sem abrir exceções porque a pessoa faz parte da corporação.
Juntem-se a mim tocantinenses, não vamos permitir que terceiros falem mal do nosso estado, não vamos permitir que aberrações como essas sujem a imagem de nossa cidade. E aos que comandam e cuidam da ordem pública, tentem usar de planejamento para que novos crimes de trânsito não aconteçam durante as comemorações da Copa, afinal todos nos temos a esperança que nossa seleção irá trazer o caneco na bagagem

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Eu também sou Pioneira

Artigo publicado no Jornal do Tocantins do dia 28 de maior de 2010

E quem disse que não sou pioneira? Pois é. Eu sou pioneira também. Vendo Palmas completar 21 anos, me lembro de quando cheguei a essa cidade, na época eu tinha apenas 7 anos de idade. Minha comadre morre de rir quando digo que já morei na Praça dos Girassóis, mas isso é verdade, faz parte de minha história.

Claro que me lembro, dos meus tempos de menina, quando morava na antiga rodoviária, que ocupava o lugar que hoje é a Secretaria do Planejamento, dentro de um Opala vermelho que dividi com minha mãe, meu pai e meu irmão (na época, mais novo do que eu). Tudo em busca do sonho de melhorar de vida, do sonho da cidade nova, do sonho da “nova Brasília”.

Arrepio-me ao pensar que tudo que meus pais queriam eram me dar uma vida melhor, e isso eles conseguiram. Afinal, engoli poeira, mas me diverti e Palmas me deu a oportunidade de conquistar vitórias inacreditáveis.

Mas não pensem que foi fácil, pois também me lembro muito bem das lágrimas de alegria de minha mãe quando conseguiu uma vaga para que eu estudasse na escola Madre Belém, misturadas com as lagrimas de tristeza por não ter conseguido para o meu irmão. Hoje agradeço a ela, o esforço de ter levantado na madrugada e de ter insistido na intenção de garantir a minha educação, que posteriormente me rendeu uma vaga na única universidade pública do Tocantins.

Engoli poeira, pisei em lama, brinquei atrás dos caminhões pipas e me perdi de alegria no me de redemoinhos. Chorei com as chuvas de vento e participei de muitos desfiles cívicos. Eu também sou história. Também sou pioneira. Também escolhi Palmas para ter meus filhos e espero que meus filhos escolham Palmas para ter meus netos.
Tenho certeza que muitos, ao ler esse texto lembram-se das histórias que conto e das dificuldades que passamos para que Palmas se tornasse essa beleza que é hoje. Muitos também usaram água de caminhão pipa e lavaram roupas no córrego Brejo Comprido (Avenida Teotônio Segurado). Pois, essa era a minha intenção, relembrar aos palmenses o verdadeiro significado da palavra pioneiro.

Ver Palmas assim, com ares de cidade grande, me deixa encantada e me faz lembrar que a cidade é assim, porque muitos iguais aos meus pais insistiram em construir uma cidade perfeita para se viver. Obrigada pai, obrigada mãe, obrigada pioneiros anônimos. Parabéns Palmas.

Erica Lima é jornalista, especializada em assessoria de comunicação, pioneira , filha de pioneiros e moradora de Palmas desde 1991